sábado, 20 de fevereiro de 2010

João e Eu - réus primários

Vamos fazer D(d)ireito?

João e Eu estamos vivendo férias estranhas- leitor desavisado, nao se assuste com essa exteriorização de personalidade, é apenas uma ferramenta auxiliadora nessa análise própria. Essas férias não são como aquelas costumeiras - intervalos entre períodos ou séries - mas sim, transição. Não somos mais colegiais, mas também não somos universitários propriamente ditos (excetuando-se a experiência encantadora da matrícula). Vivemos naquele espaço inóspito entre o deixar de ser e o ainda não ser.

Se formos mexer deliberadamente nas pastas que minha avó guarda e que contêm memórias da infância, vamos encontrar por lá um certo caderninho no qual eu escrevi, na alfabetização, palavras que eu aprendi a escrever e que se iniciam com as letras que compõem meu nome. Há um questionamento na ultima página desse caderno: O que você quer ser quando crescer?. A resposta que lá se encontra é "quero ser advogado porque acho uma profissão muito legal". Na ocasião, nao percebi o trocadilho que vejo agora (advogado - Direito - lei - legal ). Mesmo sem querer, o meu "prodígio infantil "acabou dando uma resposta quase evasiva para uma pergunta, até então, sem resposta, até mesmo para se eximir de uma assertiva mais comprometedora. O fato é que muitos anos depois essa pergunta voltou a ecoar na mente de João.

"Vou (ou vamos) fazer Direito?"... O D maísculo estava lá dominando a pergunta, impondo-se não só como uma direção acadêmica, mas como rumos para o futuro. De alguma forma, ele sempre esteve lá, simbolizando uma atração quase inexplicável pelo jurídico , uma vez que esteve sempre aliada à aversão a burocracia e formalidade demasiadas. Mas com o tempo e com as tranformações que o mesmo sempre traz, a pressão e os medos foram comprimindo o ponto de interrogação em um mero ponto ( final ou continuando? ainda não sabemos), contudo, a dúvida virou afirmação.

Entretanto, essa afirmação, fruto da dúvida e da compressão de um ponto de interrogação, gerou um outro questionamento. O imponente D maiúsculo parece ter sido transformado em um d minúsculo que carrega em si os anseios e os temores do que vem por aí...

"Vamos fazer direito?"
Agora a pergunta é assim. Nós nos questionamos se faremos da forma correta. É importante que se faça Direito direito. Acho que o mundo não precisa mais de burocratas acomodados ou corruptos, de uma jurisprudência restrita a apenas desejar estabilidade profissional relativamente bem remunerada em cargos públicos. É óbvio que não se pode e nem se deve ser um louco idealista, prender-se em um campo puramente utópico. Apesar de ter visto em um dos manuais que definem Direito que essa ciência é puramente teórica, esse saber deve ser feito para as pessoas, aquelas de verdade, que tem constantemente seus direitos 'alienados' por um sistema desigual e excludente. O Direito direito deve ir além da toga, do tribunal, do martelinho e das expressões em latim, alcançando todos os cidadãos, bem como a cada cidadão no que tange à sua individualidade.

Ainda não faço Direito, mas quando fizé-lo, mesmo que hoje eu ainda não saiba como, espero fazê-lo direito.

3 comentários:

  1. de tantos 'Joãos' que existem em um só ,eu já não sei mais qual é o bom em trocadilhos, porque esse eu gosto de ler.

    ... e que façamos Direito direito.

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. eu tinha escrito um comentario meio intelectual muito bonitinho-porem-atualizei a pagina e ele foi pro beleleu.entao faço uma denuncia(fajuta):esse segundo 'eu' que apareceu ai é um plagio,esse pseudo joao é ningum mais,ninguem menos que o smeagol(sim,senhores.aquela criatura asquerosa do senhor dos aneis)que aqui se encontra em um eterna crise de personalidade(pra variar).mas pela pequena experiencia que tenho com o dito cujo,digo que nao tem porque ele se preocupar em ser corrompido pelo anel do poder(o judiciario)ou por togas e martelinhos(de thor).pois qualque ´´eu`` que ele resolvar usar é bem sera mais que um ´´advogado legal``.

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